segunda-feira, 4 de agosto de 2025

Chocolate do Dubai versus Morango do Amor

Como duas modas virais adoçaram as redes sociais, mas também os nossos cinco sentidos!


Nos últimos anos, as redes sociais transformaram-se no novo palco de tendências gastronómicas, onde doces totalmente desconhecidos se transformam em fenómenos incrivelmente globais, como se de um só e autêntico estalar de dedos se tratasse!

E foi assim que, entre vídeos com milhões de visualizações e partilhas incessantes, dois protagonistas simplesmente se destacaram recentemente: o luxuoso e exuberante Chocolate do Dubai, por um lado, e o delicado e caliente Morango do Amor, por outro!

É que, embora completamente distintos na sua origem, proposta e estética, ambos conquistaram o público com a mesma fórmula infalível — uma combinação perfeita e irresistível de sabor, sensação e emoção, em que, de confeitaria artesanal "saltaram" para as mãos dos consumidores a nível global!

Mas afinal, qual o verdadeiro percurso de cada um e quais as suas origens e receitas originais até ao impacto cultural que em muito pouco tempo têm ao mesmo tempo provocado um olhar cada vez mais atento à doçaria que se reinventa, readapta e viraliza nos tempos digitais atuais?

Chocolate do Dubai: o luxo que se saboreia

Criado por Sarah Hamouda em 2021, fundadora da Fix Dessert Chocolatier, nos Emirados Árabes Unidos, o Chocolate do Dubai nasceu de um desejo pessoal por algo indulgente, texturizado e diferente de tudo que já existia. Com a ajuda do chef filipino Nouel Omamalin, nasceu a primeira barra: Can’t Get Knafeh of It, inspirada no doce árabe knafeh.

Feito com camadas de pistache cremoso, tahini, massa kataifi crocante e envolto em chocolate de leite de alta qualidade, o resultado é uma explosão de sabores e texturas, visualmente elegante e de presença marcante. A estética luxuosa — muitas vezes finalizada com folha de ouro comestível — tornou o doce um ícone de glamour gastronómico.

O fenómeno ganhou escala global após viralizar no TikTok e Instagram, com vídeos de influenciadores a abrir as barras e mostrar o recheio cremoso em câmera lenta. Marcas pelo mundo inteiro, inclusive em Portugal, passaram a lançar versões próprias — quase sempre esgotadas no dia do lançamento.

Morango do Amor: a simplicidade que emociona

Por outro lado, o Morango do Amor é um exemplo encantador de como a nostalgia e a criatividade se encontram. Inspirado na clássica maçã do amor, esta versão com morangos começou a ganhar destaque em 2025, sobretudo no Brasil, durante as festas juninas.

A receita viral combina morangos frescos e firmes, recheados com brigadeiro cremoso (ou outros doces) e mergulhados numa fina camada de calda de açúcar vermelho, que endurece ao ar, criando uma cobertura brilhante e crocante. Visualmente apelativo, saborosamente simples — e absolutamente fotogénico.

Um marco importante na história do Morango do Amor foi a vitória da confeiteira Cláudia Maria Nicoleti, do Sul de Minas Gerais, num concurso gastronómico nacional em 2025. Com sua receita original e inovadora, Cláudia levou o doce a um patamar de reconhecimento formal, ajudando a transformar essa delícia numa verdadeira febre nacional. A sua dedicação e talento foram fundamentais para levar o Morango do Amor dos lares mineiros para o palco nacional, inspirando confeitarias e entusiastas de todo o Brasil.

Dois fenómenos, dois mundos

Apesar de estarem em extremos opostos — o Chocolate do Dubai como símbolo de sofisticação e o Morango do Amor como símbolo de afeto e memória — ambos partilham algo essencial: a capacidade de encantar. Seja pela estética, pelo sabor ou pela emoção envolvida, essas sobremesas provaram que doces não são apenas para comer: são para viver.

Em conclusão, as modas virais de sobremesas refletem muito mais do que gostos passageiros. Elas mostram como o digital redefine o que consumimos — e como consumimos. 

Ou seja, entre o requinte do Chocolate do Dubai e a ternura do Morango do Amor, há uma verdade comum  as pessoas procuram sabores que emocionem, surpreendam e se partilhem com orgulho.


(texto da autoria de Mónica Rebelofundadora da Revista P´rá Mesa, com o apoio da IA)


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