sexta-feira, 26 de abril de 2024

Pós-25 de abril de 2024: não tentar fazer, apenas fazer!


Todos os momentos são bons momentos, mas já passou quase um quarto do ano de 2024, que ainda sobre a comemoração dos 50 anos do 25 de abril, existem momentos que nos continuam a inundar com pensamentos e reflexões sobre nós e sobre o mundo…


Todos os momentos são bons momentos, mas o novo ano surge e, com ele, muitas vezes  nos inundam novamente pensamentos e reflexões sobre nós e sobre o mundo.

Juntamos vários pedaços de recordações e reescrevemos histórias e análises. Dançamos ao som de uma música que não tocou e, inconscientemente, criamos mais uma corrente para nos aprisionarmos a uma ou umas pedras para podermos arrastar com o nosso calcanhar.

Seguimos em frente, arrastando o peso invisível do “que foi e do que podia ter sido”, ficando, assim, com menos espaço e disponibilidade física para abraçar o presente em que nos encontramos e para viver a vida na sua entrega plena sem apegos ao passado desapegado, mas que insistimos em arrastar.

É desafiante estar num estado de entrega plena, sem que não deambulemos entre pensamentos e desejos excessivos. Mas... e o que nos fazem sentir esses pensamentos? Ou melhor... o que nós sentimos em nós com tais pensamentos? O que sentimos em nós ao nos deixarmos afundar no cálice dos desejos que insistimos beber até a um estado profundo de embriaguez? Sim, porque nem os pensamentos e nem os desejos comandam o que sentimos nas suas presenças, pois o que sentimos é da nossa responsabilidade, assim como o que ambos fazem ressoar em nós, é também apenas algo nosso, criado por nós. Seja qual for a resposta, mais positiva ou menos positiva, a verdade é que poderá surgir outra questão: o que ganhamos ao sentir o que sentimos? Se o que sentimos está associado ao passado, não seria mais adequado termos essa disponibilidade e atenção para os momentos presentes?

Aprender com o passado traz imensos benefícios, é o que nos ajuda em tomadas de decisão conscientes do presente, no entanto, viver constantemente agarrado ao passado e à ilusão de um passado que não aconteceu mas podia ter acontecido, pode ser semelhante a estar agarrado a algo tóxico, que apenas nos retira a oportunidade de estarmos mais entregues e envolvidos nos momentos presentes e que de futuro poderão gerar alguma frustração, porque quando ganharmos consciência da oportunidade que perdermos, já estaremos no loop do lamento do passado, agarrados novamente à ideia de um passado que podia ter sido de outra forma. Se for algo constante, poderemos até estar perante ao “síndrome do espelho retrovisor”, expressão atribuída pelo filósofo e escritor canadense Marshall McLuhan, na década de 60, que por sua vez equiparava a observação e atenção constante do passado ao um espelho retrovisor que também mostra igualmente imagens pertencentes ao passado.

Fazemos promessas e erguemos brindes assentes em pactos de que tudo será diferente e melhor. Certamente será, pois a ideia é o primeiro passo para o verdadeiro sucesso. Mas após esta tomada de decisão, é necessário criar uma estratégia e, após a mesma, colocar em prática e ver crescer os resultados, sejam estes bons ou menos bons. Independentemente de tudo, o mais importante é FAZER ao em vez de tentar fazer, como também SER, é melhor que tentar ser. Façamos e sejamos nos próximos três quartos do ano de 2024 e deixemos para trás o limbo da corda do “tentar”.

Claro que podem surgir imensas questões que nos remetem a: é necessário tentar fazer para fazer acontecer… ou não?

Eu acredito que se pode fazer o melhor que se conseguir e que se souber fazer para atingir o objetivo e afirmar-se para si próprio que se fez. Se o resultado for diferente, é o reflexo do que se fez. Ou seja, não tentar fazer, mas fazer tentando.

Que sejamos mais saudáveis e tomemos atitudes mais conscientes não durante o próximo ano, mas agora, neste momento. Que sejamos mais confiantes e altruístas, não amanhã, mas a contar do momento em que estamos a ler este parágrafo. Porque não dizer agora: eu amo-me!

Eu realmente gosto de mim e tenho imenso orgulho na pessoa que sou e no meu percurso que me trouxe até ao momento em me encontro, com todos os altos e baixos, vitórias, aprendizagens, conquistas ou mesmo lágrimas, eu continuo aqui e eu gosto de mim!

Não esperemos por mais uma passagem de ano ou um dia ou momento especial, para iniciarmos ou reiniciarmos rituais como se fosse um relógio a começar do zero, porque este é o momento especial, este é o nosso momento assim como continuará a ser o nosso momento daqui a um segundo ou mesmo um minuto.

Que 2024 seja, a partir de agora, mais consciente e que consigamos aproveitar as oportunidades para fazermos mais e melhor, sorrir e chorar com a entrega da plenitude do nosso “sentir” e que nos seja permitido por nós sermos vulneráveis e verdadeiros a nós, fiéis à nossa essência com respeito por nós e pelo próximo.

Que a importância de sermos nós mesmos se torne uma prioridade, assim como a nossa auto valorização e nos observemos diariamente com compaixão e com empatia pelas pessoas que somos e que consigamos espalhar a nossa história e inspirar o mundo que precisa de esperança, porque todos os momentos são bons momentos.

(texto da autoria de Rosa Song)


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