sábado, 25 de junho de 2022

"Tchê! Aceitas um chimarrão enquanto o churrasco está a assar?" por Leonardo Alves



Churrasco gaúcho

A primeira publicação na Revista P´rá Mesa, como havia referido na minha apresentação, será sobre gastronomia gaúcha, mas não apenas para ensinar como confecionar algum tipo de alimento.


Irei um pouco mais além ao escrever sobre as origens e a história do já muito difundido internacionalmente churrasco gaúcho, uma das maiores referências culturais do Rio Grande do Sul, o meu estado brasileiro.

Segundo registos históricos, a prática do churrasco gaúcho surgiu no Rio Grande do Sul no século XVII, tendo posteriormente se espalhado por todo o país, vindo a ser reconhecida e apreciada internacionalmente. Além disso, tornou-se sinônimo de encontro e camaradagem entre familiares e amigos.

O churrasco foi descoberto graças aos índios que viviam ao longo das três costas americanas. Grelham sua carne ao ar livre, com a ajuda de uma grelha de madeira verde em fogo de pedra, mas na região da Grande Pampa, os churrascos encontram o cenário ideal. 

A pecuária tem sido uma das maiores riquezas da região dos chamados Pampas do Uruguai, Argentina e sul do Brasil (Rio Grande do Sul), com o gado mantendo as pessoas longe de casa por longos períodos de tempo.

Grelhar é uma forma mais prática de cozinhar porque tudo o que você precisa para preparar uma refeição está à mão: uma faca afiada, um fogo preparado em um buraco escavado no chão (fogo de chão), um espeto que podia ser feito na hora de galhos secos, um pedaço de carne e sal grosso. A propósito, o sal grosso era e ainda é usado como suplemento à alimentação do gado.

Sem descurar da presença de um elemento importante da cultura gaúcha, e como consequência, em torno do ‘fogo de chão’, durante a preparação do churrasco, a ‘roda de chimarrão’ faz circular entre os ‘viventes’ presentes à volta do fogo, esta bebida típica gaúcha.


Chimarrão

A carne é cortada em pequenos pedaços e servida, dando início a uma forma de servir a carne chamada rodízio. Assim nasceu o jeito gaúcho de assar. No início, a carne assada como a conhecemos hoje era muito rara, pois não havia comércio de carne bovina, mas couro e sebo. No Rio Grande do Sul, o churrasco ainda faz parte da cultura gaúcha e sempre na vida do "gaúcho campeiro" (trabalhador rural, das fazendas, que lida com o gado).

Em todo o Brasil, atualmente, existem milhares de churrascarias que atendem a todos com qualidade e grande variedade de carnes, saladas, acompanhamentos e sobremesas.

Hoje, as churrascarias brasileiras estão espalhadas pelo mundo e fazem muito sucesso em países como Estados Unidos, Canadá, Nova Zelândia, Austrália, Itália, Suíça, Reino Unido, Portugal, Macau, Singapura e Tailândia. Enfim, o churrasco gaúcho, também denominado churrasco brasileiro, representa e muito bem, uma das muitas maneiras de disseminação da cultura brasileira para todas as partes do mundo.

Créditos da fotografia “Churrasco gaúcho”:

Diego Fabris, https://www.rbsdirect.com.br/imagesrc/25710831.jpg?w=700

Créditos da fotografia “Chimarrão”:

laridra, pixabay.com

4 comentários:

  1. Ficaram ainda por referir os termos, "causos", "peleias" e "bochinchos", gírias gaúchas, muito utilizadas nas festas e em outros eventos sociais associados a cultura tradicional gaúcha.

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    1. Muito obrigada por ter acrescentado mais informações, meu caro Autor Convidado, que o Brasil realmente tem muitas histórias para contar que importa partilhar com todos os leitores desta Revista Gastronómica!
      Mónica Rebelo,
      fundadora da Revista P´rá Mesa em www.pramesa.pt
      e detentora do Blog Cozinha Com Rosto em www.cozinhacomrosto.pt

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  2. Chimarrão!!! Há 15 anos não o desfruto...

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    1. Então se calhar está na hora de voltar a desfrutar, não?
      Mónica Rebelo,
      fundadora da Revista P´rá Mesa em www.pramesa.pt
      e detentora do Blog Cozinha Com Rosto em www.cozinhacomrosto.pt

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