quarta-feira, 29 de março de 2023

Madeira: a pérola do Atlântico ou um diamante a explorar

Em fevereiro, viajei em família até à Madeira durante quatro dias, pela primeira vez.


Quando marcámos a viagem, nem pensámos que iríamos estar em pleno Carnaval. Só perto da altura da partida é que nos caiu a ficha. Foi um bónus excecional!

Não somos uma família muito organizada para planear viagens. Mesmo assim, pesquisei em vários blogues de viajantes, com propostas de roteiros para vários dias, tirei anotações e até comprei um guia…para nada! Fomos mesmo em free style, porque pouco liguei às pesquisas feitas!

Hoje quero partilhar com vocês a nossa aventura, sem planos, muito livre e descontraída, com coisas que nos maravilharam e outras que não conseguimos concretizar.

Carro sim ou não?

Optámos por alugar um carro. Foi-nos dito que há imensos autocarros, com inúmeras excursões para praticamente todos os cantinhos da ilha, e de facto verificámos isso, pois é muito fácil encontrar informação sobre esses passeios. O carro dá-nos a liberdade de irmos onde queremos, sem horários e sobretudo, dá imenso jeito quando se tem crianças ainda pequenas.


Portanto, foi uma boa aposta. Alugámos um carro com mudanças automáticas, pode ser um detalhe para muitos, mas ao visitar o centro e norte da ilha, com curvas e declives acentuados, a condução tornou-se muito mais fácil. Fora do centro da ilha, as vias rápidas são muito boas e chega-se rapidamente a todo o lado.

Alojamento

A escolha é farta, e há preços para todas as carteiras. O facto de termos marcado com enorme antecipação, permitiu-nos um bom preço, num aparthotel com pequeno-almoço incluído, a 20 minutos a pé da Marina do Funchal, sempre caminhando perto do mar.

A primeira impressão ao chegar

Percebe-se rapidamente que a Madeira vive do turismo. O cuidado em manter tudo limpo é bem evidente no Funchal. Não se vê lixo no chão (nem pastilhas coladas, juro que não me apercebi!), e tudo está repleto de flores, cuidadosamente arranjadas.

E há bananeiras em todos os cantinhos! Como fomos no Carnaval, a preocupação com a limpeza foi notoriamente maior, com funcionários camarários a manter tudo limpo em várias alturas do dia e da noite.

Temperaturas

Chegámos depois das 20 horas e fomos surpreendidos por uma tromba de água. Estava a ver que nos dava uma coisa má, mas durou apenas 15 minutos. Os restantes dias, esteve a temperatura ideal para o passeio: 20 a 22º C durante o dia e noites a 14/16º C.

Locais visitados

Curral das Freiras – gostámos pela singularidade da aldeia, completamente enfiada no meio de penhascos. Faz-nos transportar a locais longínquos, como o Tibete. Percebe-se que as pessoas que lá vivem, facilmente ficam isoladas no inverno. É um local curioso, mas eu não gostaria de lá viver para sempre.


Porto Moniz – fica no norte da ilha. O trajeto até lá foi deslumbrante: muita vegetação, penhascos e cascatas à beira da estrada. Tem umas piscinas naturais muito bonitas que não podemos desfrutar por falta de roupa de banho, e água estava um pouco fria. Tem ainda um aquário pequeno. Fomos visitar, mas achámos carote!

Santana – visitámos as casas típicas de Santana. Uma delas é o posto de turismo e outras são lojinhas de artesanato. Esperava ver muitas mais, assim ao estilo aldeia do Astérix e Obélix. Aqui comemos uma boa costeleta que ocupou todo o prato…um exagero!


Câmara de Lobos, Estreito de Câmara de Lobos e Cabo Girão - praticamente colado ao Funchal, Câmara de Lobos é muito giro. É uma vila piscatória com recantos engraçados a visitar. As maravilhas estão mesmo nas ruelas, casinhas, portas, e pequenas lojas. Depois fomos ao Cabo Girão que é a ponta mais a oeste da ilha com um miradouro a 580 m de altura e uma plataforma envidraçada. Devo dizer que isto é para os não têm medo de alturas. Eu não me aproximei, mas quem foi disse que a vista é impressionante. Não pagámos o acesso na altura, mas os torniquetes que lá estavam começaram a funcionar dias depois.

Acabámos a manhã deste dia a comer uma ótima espetada com milho frito no Estreito de Câmara de Lobos. Aí também experimentamos a famosa poncha. Malta, aquilo é forte! Há várias: de maracujá, tradicional, à pescador e de tangerina. Bebi a tradicional e só vos digo que ainda bem que não era eu que conduzia nesse dia…

Machico e Caniço – tem uma praia, a praia do Garajau (nome de uma ave característica), acessível por um teleférico que cai praticamente a pique! Outra sensação forte! Em Machico passeamos à beira-mar. Infelizmente não foi um longo passeio, pois foi no último dia, horas antes de irmos para o aeroporto. Mas a despedida fez-se com um ótimo peixe espada frito com banana e maracujá (recomendo mesmo) e um bom bife de atum.


Funchal – dedicamos dia e meio ao Funchal e todas as noites. Passeia-se muito bem a pé, pois tudo é plano e com avenidas largas. Com crianças, fica claro que ir ao Museu CR7 é uma evidência. Sou honesta: fui obrigada. Mas os miúdos viram todos os troféus e tiraram fotos com a estátua de cera do Cristiano e foi como um sonho realizado. É muito agradável passear na baixa do Funchal, há imensas curiosidades para ver.

A Rua de Santa Maria repleta de restaurantes e com pinturas em todas as portas, é um mimo. O Parque de Santa Catarina e o Palácio de S. Lourenço merecem uma visita.

Subimos ao Monte no teleférico e ficámos deslumbrados com a mistura de vegetação e arte no Jardim Monte Palace. É mesmo imperdível. Posso até confessar que o mais novo da família classificou este lugar como o melhor de todos, acima do Museu CR7.

Nunca tínhamos visto um desfile de Carnaval a sério, e o dia do desfile alegórico ao estilo brasileiro foi muito bom! O desfile começou às 20h, fomos a pé tranquilamente e sem nos sentirmos apertados no meio da multidão. Facilmente arranjámos um lugar, sem apertos e com ótima visibilidade. Percebe-se rapidamente que é uma festividade levada a preceito.


A entrada de cada grupo na Avenida do Mar é cronometrada, os grupos tem todos um porta-estandarte, várias conjuntos de roupas e coreografias distintas, músicas próprias, carro alegórico e uma bateria (conjunto de percussão, que para mim foi do melhor que já vi). Não ligamos nada ao Carnaval, mas achamos isto um momento imperdível.


Foi pena…

Como vos disse, a nossa organização não é a melhor e ficou por ver o Mercado dos Lavradores (se calhar a maior falha de todas), não andámos nos carros de cestos (aqui houve uma falha de informação, pois isto fica muito perto da entrada do Jardim Monte Palace, e eu tinha visto que havia descidas ao domingo, mas chegados ao teleférico fomos informados do contrário) e ficaram por ver locais noutros pontos da ilha como Porto da Cruz, Faial, São Jorge e o ponto mais alto, o Pico Ruivo (para ir a este, foi-nos dito que é preciso consultar com exatidão o estado de tempo, pois o nevoeiro é frequente e não deixa apreciar a paisagem em todo o seu esplendor). Também não nos aventuramos a fazer nenhuma levada…exigiria alguma preparação física da nossa parte.


Tudo o que ficou por fazer será um bom motivo para voltar.

Considero que a nossa pérola do Atlântico, é na verdade um diamante que vale a pena descobrir!

 

(fotos de autoria de Sandrina Martins e de Sérgio Vinhas)

(texto da autoria de Sandrina Martins)




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